sábado, 29 de março de 2008

A rosa do povo

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.


A flor e a náusea- Carlos Drummond de Andrade

A rosa do povo
Obra-chave dentro da produção de Drummond, A rosa do povo, publicada em 1945, reflete a maturidade que o poeta alcançou desde sua estréia. Nela, conforme já se afirmou, além de acentuado progresso técnico-formal, estão presentes duas conquistas decisivas para a evolução de nossa literatura: o realismo social, particularmente penetrante e que não se restringe, apenas ao lirismo da poesia engajada; a poesia poética, alimentada pela reflexão introspectiva sobre o sentido da escrita como obra de arte.


Este é o mais extenso e o mais variado dos livros de Drummond [ 55 poemas, alguns longos]. Nele desfilam os principais temas de sua obra; o verso livre e a estrofação irregular alternam com versos de métrica tradicional dispostos em estrofes regulares; o estilo ora é 'puro'[elevado, 'poético' ], ora é 'mesclado'[mistura de elevado e vulgar, sério e grotesco]. Livro difícil, é dos mais discutidos e apreciados da poesia moderna brasileira.
Obra de linguagem poética com participação social.

Os poemas de A rosa do povo foram escritos nos anos sombrios da ditadura de Vargas e da Segunda Guerra Mundial. Os acontecimentos provocam o poeta, que se aproxima da ideologia revolucionária anticapitalista de inspiração socialista, e manifesta sua revolta e sua esperança em poemas indignados e intenso.Temas: eu-estar no mundo [ o amor, a família, o tempo, a velhice], a poesia [poesia pela própria poesia], eu igual ao mundo,...

Portanto, em A rosa do povo, o poeta testemunha sua reação ante a dor coletiva e a miséria do mundo moderno, com seu mecanismo, seu materialismo, sua falta de humanidade. Essa fase enriqueceu sua essencialidade lírica e emocional, e, através da profunda consciência artística, o poeta atingiu a plenitude, a cristalização, a humanização, sob a forma suave e terna, em que o itabirano mergulha no lençol profundo de sua província e de seus antepassados, para melhor compreender a 'máquina do mundo', a angústia de seu tempo, o desarvoramento do homem contemporâneo, com um largo sentimento de fraternidade.


Nas músicas de Cazuza é notado aspectos de Carlos Drummond de Andrade.
Como exemplo temos Burguesia:


A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras

Pobre de mim que vim do seio da burguesia
Sou rico mas não sou mesquinho
Eu também cheiro mal
Eu também cheiro mal

A burguesia tá acabando com a Barra
Afunda barcos cheios de crianças
E dormem tranqüilos
E dormem tranqüilos

Os guardanapos estão sempre limpos
As empregadas, uniformizadas
São caboclos querendo ser ingleses
São caboclos querendo ser ingleses

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não repara na dor
Da vendedora de chicletes
A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si

A burguesia é a direita, é a guerra
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia

Não vai haver poesia
As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução
Ao contrário da de 64O Brasil é medroso

Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Pra rua, pra rua

Vamos acabar com a burguesia
Vamos dinamitar a burguesia
Vamos pôr a burguesia na cadeia

Numa fazenda de trabalhos forçados
Eu sou burguês, mas eu sou artista
Estou do lado do povo, do povo
A burguesia fede - fede, fede, fede

A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
Porcos num chiqueiro

São mais dignos que um burguês
Mas também existe o bom burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país

E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo

Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal
No sinal, no sinal

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

Nessa música se nota uso de reiterações, crise do indivíduo, principalmente da sociedade e um posicionamento crítico sobre ela.

sábado, 15 de março de 2008

Só o nosso TERCEIRÃO...




Romeo And Juliet What is a youth

Aiii...que música linda! ;D

Ahhh...o amor....



Nada melhor do que um ÓTIMO filme de final de semana com as amigas! Ainda mais com aquele tempinho de chuva, né?! E uma pipoquinha com muito shoyu!
O filme escolhido, não foi nada mais, nada menos, que Romeu e Julieta!Ahh...
Sem palavras!
Claro que o filme já era conhecido de todas, mas não tem como não quer vê-lo novamente, muito menos não gostar!
Como disse a Tha para essa MARAVILHOSA OBRA DE SHAKESPEARE: " - Que bonitinho!"
Heuaheuaheua...
CENA V
...
ROMEU — (a Julieta) – Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência.
JULIETA — Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente.
ROMEU — Os santos e os devotos não têm boca?
JULIETA — Sim, peregrino, só para orações.
ROMEU — Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações.
JULIETA — Sem se mexer, o santo exalça o voto.
ROMEU — Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados. (Beija-a.)
JULIETA — Que passaram, assim, para meus lábios.
ROMEU — Pecados meus? Oh! Quero-os retornados. Devolve-mos.
JULIETA — Beijais tal qual os sábios.

...estamos conquistadas...!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Tarsilíssima!

Exposição Tarsila Viajante

Tarsila do Amaral é uma das artistas que melhor representa a arte brasileira. Suas obras modernistas causaram polêmica nos anos 1920 e um de seus quadros, Abaporu, inspirou o Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade, que comemora 80 anos. Com o passar do tempo, surgiram novas abordagens e reflexões sobre a obra da artista. Tarsila Viajante, mostra que visitamos dia 4 de janeiro na Pinacoteca do Estado, aborda a influência das viagens que a pintora realizou em seu trabalho. Estavam expostas 35 pinturas e 120 desenhos, incluindo Abaporu, A negra e Antropofagia.

Com toda a certeza, essa mostra nos inspirou e nos fortaleceu com mais sabedoria, que num futuro muito próximo irá nos recompensar nos vestibulares desse ano. Adoramos a viagem, e aconselhamos quem ainda não teve a oportunidade de ir, que vá correndo o mais rápido possível! Tarsila é simplismente fantástica!

sexta-feira, 7 de março de 2008

AULA 3


Romantismo
O Romantismo surgiu na Europa numa época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam os sistemas de governo despótico e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo económico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo e no campo artístico o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o climax desse século de oposição.
No Brasil, o romantismo coincidiu com a independência política em 1822 com o 2º Reinado, a guerra do Paraguai e a campanha abolucionista.Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu surgimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.
O Romantismo viria a se manifestar de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcará sobretudo a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade.
Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.Neste sentido, as características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo e o sonho de um lado e o exagero e a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. Também destacam-se o nacionalismo, a idealização do mundo e da mulher, assim como a fuga da realidade e o escapismo. Eventualmente também serão notados o pessimismo e um certo gosto pelo lúgubre.
Romantismo na música:
As primeiras evidências do romantismo na música aparecem com Beethoven. Suas sinfonias, a partir da terceira, revelam uma música com temática profundamente pessoal e interiorizada, assim como algumas de suas sonatas para piano também, entre as quais é possível citar a Sonata Patética. Outros compositores como Chopin, Tchaikovsky, Felix Mandelssohn, Liszt, Grieg e Brahms levaram ainda mais adiante o ideal romântico de Beethoven, deixando o rigor formal do Classicismo para escreverem músicas mais de acordo com suas emoções.
Relacionando o Romantismo a música escolhemos "Sozinho" de Caetano Veloso:
Às vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho
Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho os meus segredos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Porque você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela de repente me ganha?
Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?